Pensamentos de um ilhéu escritos de 2003 a 2010.
Quinta-feira, 5 de Março de 2009
O controle da Internet
Hoje ouvi na RDP Açores o director do Diário Insular manifestar o seu protesto por a Secretaria da Educação ter barrado o acesso a sites de conteúdo sexual explícito e violência excessiva nas nossas escolas.
Fico admirado com a defesa da liberdade assumida com tanto empenho, quando está em jogo não é a escolha livre de jovens de muito pouca idade, mas a sua capacidade de procurarem os conteúdos próprios e necessários à sua formação actual para um futuro como homens livres.
As nossas escolas não têm qualquer possibilidade técnica para fazerem qualquer selecção de conteúdos pelo que a solução regional encontrada é a ajustada.
Aconselhava ao director do Diário Insular e à jornalista do RDP Açores a saberem os sites que os seus filhos navegam em casa, talvez corassem de vergonha, a liberdade deve ser assumida e defendida intransigentemente como um acto cívico de pessoas responsáveis e não os tristes exemplos de ataques à liberdade das ultimas semanas do Carnaval de Torres Vedras e da capa do livro com uma obra de arte (?).
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009
Carreira docente
Os deputados açorianos vão hoje analisar a proposta apresentada pelo Governo Regional de alteração do Estatuto da carreira docente, bem como cinco petições apresentadas por grupos de cidadãos sobre a mesma matéria.
Em causa estão as propostas do GRA no sentido de alterar o Estatuto da Carreira Docente e da avaliação dos professores, o projecto prevê contudo a manutenção da observação de aulas na Região, situação que deu origem á apresentação das cinco petições já mencionada.
A nova secretaria regional da Educação realizou durante as últimas semanas uma ronda negocial com os sindicatos do sector, mas não conseguiu garantir consensos em torno desta matéria apesar das alterações positivas na proposta do Governo, mas e muito acertadamente recusou-se a suspender o sistema de avaliação.
A contestação dos professores continua a não ser compreendida pela população e a sua continuação, no clima de recessão geral e global em que vivemos, é apenas um factor de descrédito para a classe.
Domingo, 23 de Novembro de 2008
Contestação dos professores
A contestação dos professores não tem a ver com o "modelo de avaliação" adoptado, mas com a avaliação em si mesma, é esta a mensagem que me fica de toda esta contestação social.
O líder da Fenprof não poderia ter sido mais enfático na afirmação de que os professores não querem nenhuma avaliação que tenha repercussão na progressão profissional, ou seja, avaliação sim, desde que irrelevante.
Achar que por nos Açores o modelo ser diferente se poderia salvar a avaliação só pode ser produto de ingenuidade ou auto-engano.
Segunda-feira, 19 de Maio de 2008
A envolvente à escola
O espaço envolvente à Escola Secundária Manuel de Arriaga, inaugurada à menos de um ano, continua a ser terreno de ninguém, onde o abandono dos serviços públicos que deveriam ter a incumbência da sua manutenção é confrangedor.
Em anterior post referi a bagunça que se manifesta em alguns períodos no acesso à escola, esta situação melhorou com a presença esporádica da polícia de transito, mas torna-se necessário uma presença mais frequente daquela força policial, principalmente às 08,30 e 12,30.
Quinta-feira, 27 de Março de 2008
O telemóvel
Fomos brindados nestes dias com um filme entre uma aluna em disputa com uma professora pelo seu telemóvel.
O país entrou em transe e logo os políticos afirmaram entre muitas asneiras que a culpa era do Governo e neste da Ministra da Educação.
O que assisti foi acima de tudo a uma cena de má educação e falta de respeito da aluna e não me consta que a educação familiar e o respeito pelas pessoas mais idosas ou com responsabilidades seja uma das atribuições dos governos.
Todos somos responsáveis, de uma maneira ou de outra, pelo apagamento das nossas referências educacionais e de civilização, quando tal acontece todos igualmente somos vítimas da sociedade sem valores referenciais fundamentais ao seu bom funcionamento e por muito que me custe não há Procurador que nos valha sem uma profunda reforma no ensino.