Pensamentos de um ilhéu escritos de 2003 a 2010.
Domingo, 23 de Agosto de 2009
Protecção animal
Foi aprovado por unanimidade na Assembleia da Republica a lei de protecção animal onde se criminaliza não só os maus tratos animais, a luta entre animais, como se responsabiliza criminalmente os donos e criadores de animais perigosos ou potencialmente perigosos quando soltos ou abandonados provoquem danos em terceiros.
Foi com muita satisfação que tomei conhecimento desta aprovação, espero que a regulamentação da mesma a ir a Concelho de Ministros na próxima semana, possibilite a sua promulgação ainda nesta legislatura, pois trata-se de um acto civilizacional importante para todos nós.
Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009
A caça á baleia
Ouvi com admiração e espanto alguns defensores do regresso à caça á baleia como um factor histórico e social de um povo.
As vezes estas posições causam-me repulsa, pois traduzem uma ignorância atrevida quando ao mesmo tempo tentam ser modernas, vão contra o sentimento esmagador da população açoriana, europeia e até mundial e é talvez por isso que sentem a necessidade de afirmação pela negativa.
Tenho as minhas ideias muito claras quanto à caça á baleia nos Açores, o que ela representou economicamente para as populações açorianas e a bruma, agora apenas românica que a envolve ainda.
Querer voltar ao passado numa actividade económica sem qualquer futuro ou perspectiva dele, quando a mesma foi substituída com muito êxito económico e de futuro assegurado na observação de baleias e golfinhos é simplesmente um absurdo.
Domingo, 3 de Maio de 2009
Uma mentira
Na iniciativa legislativa para a legalização da “sorte de varas”, justifica-se esta com a “especial tradição e cultura tauromáquica que se vive de forma intensa em algumas ilhas do arquipélago” isto é não só uma falácia, como é uma mentira, dado que a tal sorte nunca existiu na Terceira ou mesmo em Portugal e como tal não é uma tradição, como é uma agressão cultural à vivência das touradas de corda, estas sim parte da cultura terceirense.
Quarta-feira, 29 de Abril de 2009
A Sorte
É com pena que vejo nos Açores a tentativa da introdução de más práticas evasivas e torturantes vindas do estrangeiro a animais com a justificação de arte.
Num arquipélago onde a paz a paisagem e a harmonia sempre foram companheiras, a introdução da sorte de varas vai contra a tradição da festa brava na Terceira, contra a consciência internacional da defesa dos direitos dos animais, contra a civilização ocidental que todos dízimos pertencer, é numa palavra uma aberração ao nosso tempo.
Espero que o parlamento regional tenha o bom senso para reconhecer o nosso momento civilizacional ou passará a ser desde este início desta legislatura um parlamento fora do seu tempo e ferido de morte na sua credibilidade não só na região como no resto da comunidade europeia e mundial.
Saibamos viver com orgulho no nosso tempo.
Sexta-feira, 27 de Março de 2009
Os bezerros
Fiquei chocado com a noticia de na Terceira ter sido clonado um bezerro, quando são mortos milhares daqueles animais com apenas 15 dias, por razões económicas de apenas de 20 Euros.
Realmente a nossa sociedade está numa encruzilhada onde a razão se subverte à irracionalidade do capital, mesmo quando esse valor é insignificante.
Terça-feira, 1 de Julho de 2008
O hospital dos animais
Tenho visto ultimamente alguns programas televisivos do “Hospital dos animais” na SIC Mulher, e eles tem-me transmitido uma sensibilidade, dedicação e respeito pelos animais que desconhecia do povo britânico.
Comparando com o nosso relacionamento com o mundo animal, é como se vivêssemos num outro mundo, abandonamos os nossos animais domésticos ao chegarmos ao verão, sem justificação.
Alguns dos nossos lavradores tratam os seus animais de criação com requintes de barbárie, sem qualquer reacção das suas associações de classe, desconhecendo que de um momento para outro poderemos ter um campanha internacional sobre o assunto, pondo por terra todo um esforço de promoção e uma imagem de marca, na qualidade e no crescimento feito com o nosso pasto.
O nosso ordenamento jurídico ainda não apresenta legislação de protecção aos nossos animais, e os deputados nacionais e regionais tem-se preocupado mais com as touradas e a sorte de varas, numa manifestação primária vinda do nosso cérebro primitivo.