Pensamentos de um ilhéu escritos de 2003 a 2010.
Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2004
Histórico I
Desde Julho de 2003 o Blog "Fayal - Vivencias numa ilha" apresentou post sobre os mais variados assuntos do dia dia, quer politicos, sociais ou meramente relativos a épocas do calendário.

Transcrevem-se como "histórico II" o período de 01/11/2003 a 12/02/2004 e "histórico I o período de 22/07/2003 a 29/10/2003 relativo à sua presença activa na comunidade açoriana e portuguesa, atravez do seu blog "Fayal- vivencias numa ilha" no Blogger.

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2003-10-29
O fim do Ministro

Todos os partidos nacionais com expressão regional apresentam-se de acordo para a transformação do actual Ministro da Republica no Representante da Republica, ficando esta nova personalidade como representante do Presidente da Republica nas Regiões Autónomas, nomeado por este e com funções de promulgação e verificação da constitucionalidade das Leis aprovadas nas Assembleias Legislativas Regionais e com poderes de dissolução destas.

Trata-se de um paço importante na afirmação das Autonomias Regionais e na clarificação de uma instituição que desde a sua criação foi sempre motivo de controversa com a Republica.

// posted by Carlos @ 11:59 PM


2003-10-26
Paulo Casaca

É de um Deputado Europeu que tem tido um desempenho verdadeiramente notável, em todos os casos importantes para a Região Autónoma dos Açores.

Apresenta-se na primeira linha quer junto das populações num papel de esclarecimento quer no Parlamento Europeu como interprete das mesmas, ou ainda trazendo à Região as personalidades europeias intervenientes nos assuntos em discussão.

Com a sua acção política transmite a proximidade de um Deputado aos seus eleitores o que falta na maioria dos Deputados nacionais e regionais.

Mas para alem do seu trabalho parlamentar ainda escreve nos jornais açorianos artigos com a clareza do publicado no Correio da Horta de 25/10/2003 com o titulo de A Europa, o Tratado e o referendo.

// posted by Carlos @ 10:15 PM


2003-10-24
Reconstrução

Hoje o Governo Regional dos Açores, pelo Secretário Regional da Habitação e Equipamentos entregou mais 62 casas no Faial a sinistrados do sismo do 1998.

A reconstrução do sismo de 9 de Julho de 1998 é um processo extraordinário de realização pois até a presente data já foram entregues desde 1999 mais de 650 novas casas no Faial e no Pico mais de 400 todas a fundo perdido, no valor de muitos milhões de Euros.

Numa região onde os fenómenos sísmicos são cíclicos, houve a coragem de fazer uma reconstrução partindo de projectos anti sísmicos, para todos os casos, evitando-se assim no futuro novas derrocadas. O Faial terá quando terminar a fase de reconstrução 70% do seu parque habitacional reabilitado e o Pico 40%.

Este processo é reconhecido como exemplar por técnicos nacionais e estrangeiros que tem visitado as ilhas sinistradas, mas como em tudo na política partidária o interesse de grupo está acima do racional e quando não se quer ver, por maior que seja o realizado não se vê mesmo.

// posted by Carlos @ 9:45 PM


2003-10-22
Secção legislativa

Está a decorrer a secção legislativa de Outubro na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, como sempre acontece com o aproximar das eleições os partidos tudo fazem para terem tempo de antena e alguma atenção.

Discute-se as pequenas coisas, perde-se tempo e energia no acessório, como se a Região estivesse disponível para o faz de conta.

Na ausência de casos como o da Casa Pia, tenta-se tudo para a criação de outros onde os tribunais aparecem como solução final. criam-se cenários políticos e pede-se ao MP a investigação, e aos Tribunais a condenação, quando aqueles são apenas políticos e é neste campo que deverão permanecer para bem da sociedade e das instituições.

As Assembleias são os locais próprios para a confrontação política de ideias e projectos que devem ser apresentados com frontalidade. No confronto de ideias diferentes está a base do progresso de qualquer sociedade.

// posted by Carlos @ 11:26 PM


2003-10-20
De novo o segredo

O País atingiu o limite suportável da irresponsabilidade com novas transcrições de escutas telefónicas de conhecimento apenas da investigação e novamente do caso Casa Pia.

O conteúdo das escutas neste momento é irrelevante e comentar as mesmas é entrar no jogo de aceitar-se a ilegalidade como um acto legal de fazer política, como o fez do alto da sua cátedra JPP na SIC domingo.

Compreende-se por desespero aqueles que as divulgam numa guerra aberta com o PS e seu Secretário Geral, pelo desmoronar de todo o processo acusatório a um arguido reduzido a escombros pelo Tribunal da Relação, mas ao tentarem-no estão a por em perigo os fundamentos do próprio estado democrático e com ele a Constituição da Republica, por uma defesa pessoal e corporativa.

Já anteriormente foi anunciado a abertura de inquéritos sobre este mesmo assunto, sempre inconclusivos estou certo, pois caso contrário já tinham acabado as passagens de partes processuais em segredo de justiça para o conhecimento publico.

Perante uma tão grande incapacidade na descoberta das fugas de partes processuais em segredo de justiça, o que é uma falta de eficácia na instituição PGR, aguarda-se do responsável uma posição aceitável, ou uma intervenção pessoal e reguladora da legalidade democrática do Senhor Presidente da Republica, pois por muito, muito menos há dias ministros pediram a sua demissão e a dignidade do país não suporta a continuidade desta triste novela.

// posted by Carlos @ 1:09 AM


2003-10-18
Sismo na Madrugada

É o romance de ficção que Humberto Moura lançou hoje na cidade da Horta em edição do autor, testemunho pungente sobre a inquietação e a perplexidade das guerras ( a Civil de Espanha e a II Guerra Mundial), este livro faz apelo à solidariedade universal, à concórdia e à esperança e é acima de tudo, um livro sobre as feridas da alma e sobre os sismos da terra e da vida.

A dimensão humana e a fundura psicológica que Humberto Moura, já havia patenteado nos seus anteriores livros: Na diáspora do tempo (Horta 1996) e Errâncias de pedra e sal (Horta 1998), voltam a estar presentes, desta vez com maior fôlego dado o eco de vozes e narrativas. Porque o discurso deste autor é mesmo assim na minúcia e atenta observação do humano. ( Prolongo de Victor Rui Dores)

// posted by Carlos @ 8:19 AM


2003-10-16
Os 25 anos do Papa

A celebração de 25 anos de actividade de Sua Santidade o Papa João Paulo II é um acontecimento marcante para o mundo.

Este Papa não mudou o mundo, mas foi um elemento importante para essa mudança.

Este Papa não mudou significativamente a Igreja, mas apresentou-a ao mundo como uma instituição preocupada com as pessoas e seus problemas sociais.

Este Papa deu a conhecer a todo o mundo a Igreja Católica de uma forma única em toda a sua história, foi um verdadeiro mensageiro do Espirito.

Este Papa foi um evangelizador cumprindo o escrito: Ide por todo o mundo anunciar a Boa Nova.

Este Papa dá-nos agora um exemplo admirável cumprindo a sua missão com sacrifício, por motiva da doença e da idade, indo até ao seu limite.

È reconfortante nos dias de hoje o exemplo dado por SS o Papa João Paulo II.

// posted by Carlos @ 10:29 PM


2003-10-14
Galeria de sábios

As sociedades tradicionais tinham nos velhos os depositários da sabedoria e do bom senso, eles eram ouvidos com respeito por todos e as suas palavras aceites ou tidas em conta perante os problemas sociais ou políticos da comunidade.

A revista Visão apresenta uma galeria de colunistas que para todos os efeitos poderemos considerar como alguns velhos sábios da sociedade portuguesa, entre muitos outros ainda existentes felizmente.

Esta expressão nada tem de pejorativa, mas pelo contrário manifesta o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos e nos mais elevados cargos em prol de Portugal.

O que me causa admiração na sociedade de hoje, são os que no inicio da vida, ou com pouca vida passada, se consideram já acima da sabedoria dos anos e é vê-los deitarem palavras tentando matar os velhos guardiões, esquecendo-se que nenhuma comunidade poderá vencer sem o bom senso, que só se aprende com o tempo.

Olhando os dias de hoje como se sente a falta de algum sabedoria que só os anos conseguem dar.

// posted by Carlos @ 6:21 PM


2003-10-12
A confrontação Ocidente/Oriente continua

Estes conturbados dias trouxeram novamente noticias perturbadoras da zona do Médio Oriente em que a confrontação entre as duas maiores civilizações por se tocarem em intolerância, mais vitimas tem produzido.

No lado ocidental todos tentam justificações teóricas para as acções bélicas de retaliação ou de punição, onde a ocupação territorial tendo por base a doutrina recente da guerra preventiva, atacando países soberanos como se os mesmos não existissem e condenando-os com a denominação de terrorismo islâmico, mas afirmando ao mesmo tempo que a luta é apenas contra aquele, no mais profundo desprezo pela população islâmica e seus bens lá existente.

Do lado Islâmico não se arranja justificações teóricas mas teológicas para as mortes, impondo o sacrifício máximo a muitos dos seus filhos com um prémio lá nos céus de setenta virgens a aguardar os heróis.

Os fundamentalismos de ambos os lados, tendo como pretexto as zonas de atrito pela não solução dos problemas da Palestina da Chechenia ou do Afeganistão, ou com a criação de novos como no Iraque, conduziu vagarosamente as duas civilizações para o confronto, que neste momento é quase inevitável.

A esperança na paz pela qual Sérgio Vieira de Melo morreu, tendo como objectivo o escrupuloso respeito pelas crenças, usos e costumes de cada civilização, tem de ser o objectivo dos verdadeiros democratas de cada um dos lados, num esforço quase em desespero para se evitar uma guerra, que historicamente já começou, e como todas as guerras todos sabem como começam, mas ninguém é capaz de dizer como e quando terminarão e quem será o seu vencedor como estamos a ver no Iraque.

// posted by Carlos @ 7:51 PM


2003-10-10
De novo a Justiça

O acórdão do Tribunal da Relação sobre o Deputado Paulo Pedroso, veio de novo trazer a Justiça à Praça Publica , desta vez libertando o Deputado da prisão preventiva, pondo em causa os pretextos da acusação sobre aquela medida e não só.

O que me causou alguma perplexidade foram depois as afirmações do Senhor PGR sobre o acórdão, como se os portugueses a o lerem fossem analfabetos. Este procedimento é muito característico dos nossos agentes judiciais, aquilo que lemos não é a realidade mas uma imagem daquela cuja a interpretação se pretende dar segundo as conveniências do agente e do processo.

Este procedimento histórico conduz a que o povo não aceite o que está escrito mas o que vê, não há língua que resista, talvez por este motivo, hoje o Inglês ganha terreno não só em contractos comerciais, como em outros documentos.

A Justiça Portuguesa está neste caso e a partir dele confrontada com uma forte opinião publica, esta novidade é ainda mal compreendida ou aceite por aquela, mas uma coisa é certa, cada vez este fenómeno será mais visível e os cidadãos mais pressão farão para acompanharem e compreenderem o que se passa nos nossos tribunais, o que fará melhorar a qualidade da nossa justiça e talvez indirectamente a defesa da nossa língua.

// posted by Carlos @ 4:48 PM


2003-10-07
Ainda os felinos açorianos

Foi noticiado que os funcionários que executaram a libertação (?) dos animais selvagens no pretendido Parque Zoológico em São Miguel tinham sido alvo de um processo disciplinar.

Todos podemos ficar descansados que será feita a justiça administrativa de sempre.

Porque:

Quem mandou os funcionários não sabia que eles não reuniam os conhecimentos necessários para a execução do serviço (?)

O responsável não deve responder às declarações publicas contraditórias proferidas nem às ordens para a execução do serviço (?)

Se não fosse a televisão ninguém saberia dos factos e não teriam sido levantados processos disciplinares (?)

Julgo em meu entender que se está a proceder a uma grande injustiça para com aqueles funcionários pois quem deveria ser chamado à responsabilidade era o continuo e o condutor. O primeiro por ter deixado a televisão filmar e o segundo por ter conduzido os funcionários àquele serviço.

// posted by Carlos @ 10:54 AM


2003-10-05
Viva a Republica

Como republicano convicto, não posso deixar de dar um Viva à Republica como forma superior de acção política, onde os direitos do homem são melhor respeitados.

Sempre recusei ser súbito de alguém e sempre entendi que todos nascemos iguais diferenciando-nos pelas nossas qualidades e inteligência, hoje sabemos que não existem genes especiais de nobreza ou realeza e que as sociedades caminham paulatinamente para a democracia e com ela num futuro para o sistema republicano.

A minha avó materna que assistiu ao acontecimento contava-me que na sua aldeia o medo do novo era grande, a Republica era traduzida numa mulher muito má, ela era uma criança e perante o medo generalizado dizia, se tudo é assim tão mau porque não existe alguém que mate essa mulher? Felizmente já idosa passados muitos anos e ao contar-me sentia satisfação de nunca isso ter acontecido.

Agradeço aos republicanos que instauraram a Republica Portuguesa e a todos por nunca a terem morto.

// posted by Carlos @ 4:52 PM


2003-10-03
Profij

Este ano foi anunciado com pompa que o ensino obrigatório passaria para o 12º ano.

Este anuncio fará com que Portugal passe a fazer parte dos países com maior numero de anos de ensino obrigatório, o que deverá traduzir-se por um acréscimo significativo na produtividade.

Porem a realidade no terreno é a existência de alunos que chegam ao 9º de escolaridade analfabetos, não sabem ler, escrever ou a fazer contas, estes como alguma vez poderão enfrentar o futuro? Como chegaram até aqui? Que motivo durante os anos que permanecem no básico nenhum professor identificou o problema? Todos escondem na agressividade o facto de se sentirem analfabetos como os psicólogos escolares não descobrem a causa ? Se todos tem conhecimento das situações, o que é muito mais grave, qual o motivo do silencio e da não procura da solução para problema???

A saída encontrada em algumas escolas, poucas, é o PROFIJ nível 1, até é uma boa solução, mas deverá obrigatoriamente ser acompanhada para a maioria destes alunos da alfabetização complementada com a formação profissional e não no programa preestabelecido de profissionalização para alunos normais das nossas escolas, então estaremos a minimizar, ou novamente a esconder, um problema que todos fazemos de conta não conhecer e que produziu traumas muito acentuados nestes alunos, por nunca terem sido compreendidos no seu trajecto escolar, alguns por culpa própria muitos pela alheia.

// posted by Carlos @ 4:02 PM


2003-10-01
Revisão Constitucional

Na ultima secção legislativa da Assembleia Legislativa Regional dos Açores foi tema a revisão constitucional, que todos dizem necessária, mas onde ninguém quer abdicar dos seus pontos de vista.

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista antecipando-se aos restantes apresentou um proposta de revisão, todos os outros muito disseram para não estarem calados.

Mas qual o motivo de tanto barulho?

Acima de tudo está o interesse dos partidos no eleitoral que conduz ao patamar do poder e se podemos considerar como legítimo este interesse, onde está o da população razão de ser da suas existências.

Poderemos discutir este ou aquele procedimento constitucional, mas o que é muito difícil de aceitar como democrático é a existência actual de nove círculos de ilha, o que conduz ao numero de eleitores necessários à eleição de cada Deputado Regional. ser um pouco mais de cem no Corvo e mais de 7500 em S Miguel.

Existem propostas racionais há vários anos de cada ilha eleger dois deputados e a criação dum colégio eleitoral regional de todos os votos expressos para a eleição proporcional dos restantes.

Pelas afirmações feitas o problema continua, ultrapassando a inteligência dos eleitores açorianos.

// posted by Carlos @ 1:43 PM


2003-09-24
Hora Legal

De novo se discute a hora legal em Portugal e como da ultima vez com a preocupação nas deslocações dos burocratas e políticos para Bruxelas.

Não terá bastado a ultima experiência porque passou a população para de novo os políticos quererem deslocar o território para um centro do qual física e geograficamente não faz parte.


A morte da vida selvagem

Não posso deixar de manifestar o meu profundo protesto para com os responsáveis e funcionários do ICN que actuaram em São Miguel na libertação dos animais selvagens de uma quinta com pretensões a um futuro parque zoológico.

Se as instalações não ofereciam ainda todas as condições legais ou ideais para os animais e se alguns animais não tinham as licenças julgadas necessárias, eles eram bem tratados e alimentados, agora o que não se pode admitir ou aceitar é a coberto da lei, um grupo de incompetentes funcionários em vez de terem libertado os animais selvagens, tivessem morto alguns e tratado todos com requintes de uma crueldade não imaginada.

Será que alguma vez vamos saber quem ordenou tal procedimento? quem era o responsável técnico no local por tal acção? qual as funções do departamento que a executou com tamanha incompetência e quem é o seu chefe em Lisboa?

Alguma vez saberemos o resultado do inquérito que julgo deverá estar a ser feito ???

Os animais selvagens torturados merecem e a minha enorme revolta também.

// posted by Carlos @ 12:47 AM


2003-09-18
A abertura do ano político nos Açores

A abertura do ano político na região é caracterizada pelo inicio da pré-campanha eleitoral para o Parlamento Regional a ter lugar precisamente daqui a um ano. Na secção parlamentar a decorrer na Assembleia Legislativa Regional na cidade da Horta é clara essa partida com a antecipação do PS aos concorrentes.

O Governo Regional em funções também serenamente vai já mostrando aos eleitores regionais o trabalho desenvolvido e diga-se em abono da verdade que este mudou positivamente a Região em todos os seus aspectos, transformando uma sociedade rural e parada no tempo, noutra onde a modernidade está a par dos tempos actuais e a qualidade de vida se aproxima da existente no nosso País, iniciando um novo ciclo de desenvolvimento onde o turismo caminha para ser um dos seus pólos de principais.

Mas um ano de campanha eleitoral é um espaço de tempo muito longo e só dificilmente poderá ser preenchido com êxito pelos partidos concorrentes sem o cansaço que produzirá nos eleitores pelo confronto já por vezes vivo dos diferentes projectos.

// posted by Carlos @ 1:02 AM


2003-09-15
Expopescas

Realizou-se na Horta de 11 a 14 de Setembro a Expopescas ( Feira das Pescas). Trata-se um evento único a nível nacional sobre a temática das pescas. Este ano foi anunciado pelo Secretário Regional do sector que a Feira passaria a alternar com a Semana das Pescas, esta de caracter de divulgação cientifica e de formação prática aos pescadores e que já é realizada há mais de 10 anos.

Estes acontecimentos traduzem o cuidado que a Região Autónoma tem dispensado a este sector, economicamente importante para os Açores, tendo sempre por base os conhecimentos científicos para a sua exploração dentro de limites biologicamente aceitáveis nesta área do atlântico, desenvolvidos em trabalhos de investigação do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores localizado na Horta e reconhecidos internacionalmente.

A 13 de Setembro os pescadores açorianos, aproveitando a dinâmica da Expopescas, fizeram uma manifestação com os seus barcos entre as Ilhas do Faial e Pico para fazerem sentir a necessidade da manutenção da zona de pescas interdita a outras embarcações estrangeiras, tendo-se associado autoridades autárquicas, deputados regionais, nacionais e europeus, membros do Governo Regional e a população em geral.

A defesa da nossa zona exclusiva de pescas é feita em bases cientificas e não políticas, aguardamos agora para ver como os burocratas de Bruxelas analisarão o problema e decidirão.

// posted by Carlos @ 5:53 PM


2003-09-11
O 11 de Setembro

Faz 2 anos que parecem uma eternidade.

Não vou falar nem da América nem do Chile, mas sim daquele vil atentado, e de todos os outros que se deram por este mundo fora.

Assistimos perplexos a um gerar de ódios que pensávamos afastados da civilização, mas afinal eles estão connosco e cada vez mais vivos, porque a distancia entre o mundo desenvolvido e o outro é cada vez maior, o sentimento de servilismo e de inferioridade cultural cresce dia a dia na mesma proporção que o de superioridade cultural e de domínio, os fundamentalismos tanto de direita como de esquerda subsistem mesmo depois da queda do muro, os ódios religiosos entre cristão e islâmicos avolumam-se depois de séculos de convivência e podíamos continuar em outros campos, criando um clima de preocupação perante estas realidades numa população assustada.

Quem pára esta espiral de intolerância e ódio ???

As guerras preventivas, os atentados bombistas e a liquidação dos lideres de organizações terroristas não levarão nunca à paz, pois o ódio gera mais ódio e este levará sempre à guerra e esta a mais violência.

Quem pára esta violência ???

Nunca será o meu lado, porque este é onde está a razão. O outro lado dirá o mesmo.

No meio desta crua realidade são sempre pessoas inocentes as vitimas que todos fazem por aumentar às centenas, na procura de liquidarem o outro lado.

O 11 de Setembro é um marco histórico de como o ódio e o fanatismo é cego às suas vitimas. Curvo-me respeitosamente em silencio perante todas elas em qualquer parte do mundo.

// posted by Carlos @ 1:07 AM


2003-09-09
O património

Assistimos hoje na nossa terra, por motivo da reconstrução do sismo de 1998, à defesa mais diversa do nosso património, desde os que defendem tudo continuar como dantes, sem se mexer uma palha, aqueles que acham que tudo deve vir a baixo por não ter qualquer valor nos dias de hoje .

O património é o nosso passado, e como tal deverá ser respeitado naquilo que transmite a nossa cultura, mas ao vivermos em sociedade não estamos parados no tempo, estamos continuamente a criar a nossa história para o futuro e a construir o património para os nossos vindouros.

O equilíbrio e o bom senso sem fundamentalismos são a garantia da continuidade do património que recebemos e daquele que dará testemunho no futuro da nossa passagem.

// posted by Carlos @ 1:29 AM


2003-09-03
À mesa do orçamento

Era e é corrente, sugerir-se, a necessidade da atribuição de apoios das Câmaras Municipais ou subsídios dos departamentos do Governo para empresas ou serviços não estatais e não rentável tendo em vista a sua manutenção.

Hoje esta ideia está praticamente afastada pela prática dos responsáveis políticos açorianos, mas continua a ser pedida insistentemente na comunicação social, principalmente através de cidadãos ou organizações que protestam pelo custo de alguns serviços, por não serem subsidiados, pela não existência de outros que não apresentam qualquer rentabilidade para a sua criação, ou ainda para a continuação de empresas privadas em dificuldades económicas ou mesmo falidas.

O modo de pensar do orçamento do Estado ser algo infinito, vem do Estado Novo e continua nos anos seguintes ao 25 de Abril, acabou agora na dura realidade dos dias de hoje.

O fim do Estado patrão, criou um sentimento de orfandade na população em relação àquele, podemos constatar isso não só em artigos ou reportagens nos órgãos de comunicação social, como em conversas de cidadãos comuns ou até de responsáveis e isto quer na Região Autónoma quer por todo o País.

// posted by Carlos @ 1:23 AM


2003-09-02
Setembro das vindimas

Desde de criança que tenho associado o mês de Setembro a vindimas, não por ter qualquer produção de vinho ou mesmo participado em vindimas, mas por tradição numa região que nem é produtora de vinhos.

Os Açores sempre produziram vinhos desde o seu povoamento. Até há poucos anos por não ser possível o confronto com outras produções exteriores à Região, julgavam os açorianos que o seu vinho era o melhor do mundo e por tal motivo bebido por reis ou imperadores. A realidade é bem outra, pois por motivos geografico/climatéricos, a produção foi, é e será de pouca qualidade e sempre em pouca quantidade.

Nisto de vinhos onde a paixão e o entusiasmo de cada pequeno produtor vê sempre o seu produto como o melhor em qualidade por ser feito no respeito pelas tradições, a sua produção é ainda um sinal vivo de uma cultura popular em desaparecimento e por tal motivo deverá merecer o nosso apoio e carinho, pois é com amor e sacrifício que na maior parte das nossas adegas ele é feito.

// posted by Carlos @ 1:23 AM


2003-08-31
Acabaram as férias

Estas serão as palavras mais usadas pelos portugueses por estes dias.

O país parece que parou. Agora recomeça, devagarinho, pois as férias mais do que descanso ainda deram muito trabalho.

Os políticos também estiveram de férias, agora é vê-los em comícios de reinicio de actividades, tão ridículos e inúteis, pois eles ainda não perceberam que o pais real não parou, nem foi de férias.

Depois este ano até houve a vaga de calor que matou mais de 1000 portugueses sem férias, os fogos que destruíram matas, casas e fazendas de portugueses também sem férias.

E para alem destes ainda temos mais de 45% dos portugueses para os quais a palavra férias talvez será realidade para o ano, numa esperança sempre adiada.

Agora é ver alguns sortudos passearem-se todos bronzeados, descrevendo aventuras e viagens sem fim, e com um ar de grande admiração questionarem, mas fez cá uma onda de calor? Este ano houve muitos fogos?

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// posted by Carlos @ 12:53 AM


2003-08-28
A Semana dos baleeiros

Decorre na Vila das Lajes do Pico a Semana dos Baleeiros, trata-se de uma festa concelhia na vizinha ilha do Pico em que se pretende homenagear os antigos baleeiros daquela Vila.

Turisticamente a designação da festa é só por si cartaz.

A motivação para a festa é positiva pela lembrança daqueles bravos homens, que num período económico muito difícil, fins do século XIX, quando as baleeiras americanos trouxeram o modo da caça do cachalote para os mares dos Açores, estes rapidamente o assimilaram em quase todas as ilhas, tendo passado a constituir um pequeno suplemento para os poucos rendimentos então recebidos quer da lavoura quer da pesca.

A partir dos anos 50 do século XX foi a actividade baleeira começando a cair no seu interesse económico e a desaparecer mesmo de algumas ilhas, nos fins dos anos setenta já só se baleava no Pico e na Vila das Lajes e mesmo esta no início dos oitenta fechou a sua actividade.

Terminada a caça, hoje a actividade explorada é a de Observação de baleias e golfinhos em pleno oceano.

Os Açores são um verdadeiro santuário de observação marinha e esta actividade é já um dos principais motivos da sua promoção turística.

Num bom dia de observação é uma visita um oceanário sem limitações, localizado na vastidão do atlântico, pelo que é um momento único.

O Governo Regional ainda a tempo regulamentou a actividade que é acompanhada cientificamente pelo Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores localizado na Horta.

// posted by Carlos @ 12:22 AM


2003-08-22
O meu voto de pesar

O meu voto de pesar vai para um grande diplomata e um homem de estatura mundial que em várias partes do mundo e nos mais difíceis
conflitos tentava encontrar pontos equilíbrio e de concórdia entre as partes, transmitindo sempre a esperança na paz ser possível, Sérgio Vieira de Melo.

Como também vai para os judeus e palestinos que nestes dias morreram e morrem em Israel e na Palestina por viverem numa área onde os fundamentalismos das partes torna quase impossível a paz.

// posted by Carlos @ 6:47 PM


2003-08-21
A Horta cidade

A Horta exerceu sempre uma atracção como polo urbano nesta zona do arquipélago dos Açores, principalmente por motivo do seu porto, e este pela localização geográfica e abrigo aos ventos dominantes.

A Horta no século XIX foi o porto da frota baleeira americana, nela embarcaram clandestinamente os primeiros emigrantes açorianos para o continente americano

Por motivo da sua localização foram amarrados os primeiros cabos submarinos no inicio do século XX para as comunicações Europa-América.

No inicio das ligações aéreas entre a Europa e a América, a Horta foi novamente a localização escolhida para reabastecimento dos hidroaviões e para descanso das suas tripulações.

Hoje a cidade da Horta volta a ser a escolhida como porto de eleição para a frota de iates de recreio que atravessam o Atlântico, entrando na sua Marina mais de 1000 destas embarcações anualmente.

Na era autonômica a Horta é sede da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, bem como das Secretarias Regionais da Agricultura e Pescas e do Ambiente.

A Horta é uma pequena cidade de 8.000 habitantes, com uma vivência urbana própria e envolta por um ambiente único tendo como fundo a montanha do Pico e à sua esquerda São Jorge, com todas as estruturas necessárias ao seu desenvolvimento já construídas, volta-se agora para o turismo, fazendo parte integrante das Ilhas do Triângulo e seu centro para as ligações marítimas entre elas, oferece um enorme potencial ainda por explorar que aguarda investimento, estou certo que tal será um êxito económico e com isso levará mais desenvolvimento às suas populações.

// posted by Carlos @ 5:11 PM


2003-08-18
Os subsídios

A sociedade açoriana vive hoje de uma doença grave, o subsidio.

Toda e qualquer organização e até as pessoas singulares, para tudo ou quase nada, dirigem-se aos organismos autárquicos, principalmente às Câmaras Municipais, solicitando apoios financeiros, desde a deslocação de desportistas, artistas, grupos de jovens, escuteiros, catequistas, pregadores, bandas de musica, grupos folclóricos e tudo o mais que se possa imaginar.

Todos os responsáveis pensam nas próximas eleições e no desconforto da não satisfação dos pedidos, atribuindo sem qualquer critério de qualidade ou de vantagem económico e/ou social para o município, algum do apoio solicitado e deste modo lá se vai prolongando a doença até um dia.

Tudo isto é sinal do desfasamento da realidade na organização da sociedade açoriana, as instituições não deverão existir se não tiverem capacidade para serem autónomas financeiramente, ou apenas deverão desenvolver as suas actividades dentro das suas possibilidades económicas.

Certamente que irão fechar algumas, umas sem historial, outras com trabalho desenvolvido e meritório, mas como na vida de qualquer instituição nasce-se, cresce-se e morre-se e só com o desaparecimento das inviáveis se dará lugar no futuro ao surgimento criativo de novas.

O problema é a falta de coragem político partidária de todos os responsáveis, aqui são mesmo todos, pois alguém tem de dar o primeiro passo, mas com eleições para o ano, ninguém o dará.

// posted by Carlos @ 5:22 PM


2003-08-15
O 15 de Agosto

O 15 de Agosto traz à minha memória as festas da padroeira da Aldeia da minha mãe. Lembro-me de todos os anos irmos a casa das minhas tias avós, eu ficava muito contente pois podia correr mais o meu irmão a traz das galinhas, deitar comida ao porco, brincar ao apanhar entre o milho e depois era chegada a hora a procissão passar, vestíamos os casacos, a minha mãe penteava-nos e punha-nos no balcão da casa com a ordem de não fazermos barulho, ver o pálio vermelho e a filarmónica é tudo o que me ficou hoje da procissão, mas a lembrança daqueles dias 15 de Agosto vem à memória sempre que a data se repete .

È bom termos referencias das nossas vivências de criança e melhor ainda quando elas nos continuam a dar momentos de prazer passados tantos anos.

// posted by Carlos @ 5:40 PM


2003-08-14
País real

Ultimamente temos todos acompanhado os fogos de verão nas florestas portuguesas e os sinistrados dos mesmos. Estamos a tomar consciência que o país real que é transmitido afinal não era nosso conhecido, o que é muito grave para um povo que pretende dar uma ideia de unidade na sua vida de sociedade

Tudo aquilo que ardeu são parte das raízes que nos identificavam como um povo e que agora fazemos por não conhecer , ou melhor talvez ate desconheçamos, dado que passamos a barreira da ruralidade para a cidadania urbana.

Para se conseguir a conquista do mundo urbano, abandonou-se os velhos no campo e passou-se a ter vergonha das origens e seus valores.

Agora vive-se em cidades descaracterizadas e por tal motivo passa-se a ter a violência ao pé da porta, onde os nossos jovens não encontram qualquer realização e continuam procurando-a, quase sempre não da melhor maneira, os valores tradicionais praticamente desapareceram e não foram substituídos, pelo que tudo é possível pela ausência das tradições culturais e de uma definição clara entre o bem e o mal.

Passamos a ter cidadãos urbanos, sem valores e sem passado, onde a felicidade vive nas visitas dominicais aos centros comerciais.

// posted by Carlos @ 1:20 AM


2003-08-12
Nada justifica uma guerra

A pretexto do terrorismo os Estados Unidos fizeram no espaço de um ano duas guerras uma no Afeganistão e depois ainda não vingados do 11 de Setembro, no Iraque.

Mas o que resultou de ambas, para alem de milhares de mortos?

Na primeira e apesar de já se ter passado um ano, tudo continua na mesma, os senhores da guerra continuam a ditar as suas leis, a paz continua a ser uma miragem, o Presidente que lá foi colocado pelas forças ocupantes, pouco ou nenhum poder tem e a reconstrução do pais é pouca ou nenhuma.
De tudo apenas se retirou os talibans do poder, e as mulheres ficaram com alguma liberdade, dois factos positivos, entretanto os americanos continuam à procura, pelas montanhas, dos seus fantasmas.

No Iraque e a pretexto de armas de destruição maciça, nunca encontradas, de novo se levou a guerra, anunciada e ganha dada a desproporção de meios militares em confronto. Mas com todos os meios disponíveis ainda não se conseguiu fazer a paz, num pais totalmente destruído, quer física, quer administrativamente.
Se um tirano a menos no mundo é um facto positivo, a morte diária de soldados dos Estados Unidos apenas traduz o desespero de um povo culto e rico em milhares de anos de história.

O que não posso aceitar como cidadão civilizado no inicio do século XXI é:
A prisão em Cuba dos afegãos, contrariando os acordos e tratados de Genebra, e o seu tratamento desumano, sem qualquer possibilidade de julgamento, se o houver, justo e independente.
O tratamento dos prisioneiros Iraquianos presos, militares, responsáveis e outros, sem qualquer julgamento anunciado no respeito pelos tratados internacionais sobre presos de guerra.

Só agindo de acordo com os tratados internacionalmente aceites pela maioria dos países, se poderá continuar a construir um mundo civilizado, rumo a um futuro mais justo, em paz e respeitador dos direitos humanos universais.

// posted by Carlos @ 1:46 AM


2003-08-10
Bombeiros

Em Portugal todo o serviço de protecção civil tem por base as Associações de Bombeiros Voluntários. Estas são Associações privadas, criadas em todo o pais com a finalidade de possuírem um corpo de bombeiros voluntários para socorro de pessoas e bens. Como entes privados vivem das receitas dos seus associados, dos serviços prestados à comunidade e de apoios das autarquias locais e de pequenos subsídios das entidades governamentais.

O espirito voluntário existente nas Associações de Bombeiros Portugueses é ainda o que se poderá chamar uma bela flor, mas em vias de extinção e como tal deverá ser por todos os responsáveis tratada com todo o carinho. Numa sociedade onde os valores existentes e cultivados são o dinheiro e a posição social, a existência de homens e mulheres capazes de darem gratuitamente o seu tempo livre e dias de esforço ate ao limite para defesa dos seus concidadãos e dos bens destes, enfrentando todos os riscos e pondo a sua vida muitas vezes em jogo, em troca apenas do dever cumprido, é dos mais belos actos da nossa comunidade.

De tudo o que os bombeiros dão, e é muito, esperam o reconhecimento do poder político com o apetrechamento de novos meios viários e a reconversão de muitos dos existentes, fatos de protecção individual e formação profissional adequada às necessidades da área de cada Associação.

Se compararmos estas necessidades e o seu custo com os benefícios para Portugal e para a sua economia, chegaremos à conclusão que 3 (três) F16, quase chegariam e estes nada acrescem à protecção dos portugueses.

O Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores funciona em prontidão e com muita eficiência, a ligação entre Bombeiros e a Protecção Civil é eficaz, rápida e coordenada. Numa Região onde as catástrofes quer sísmicas, vulcânicas, ou climáticas são uma constante, as populações reconhecem e descansam nos comunicados e no seu comando.

Como serviço pioneiro no pais, reconhecido internacionalmente, não faria mal um pouco de humildade do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, da Liga dos Bombeiros Portugueses e Sapadores Bombeiros em aprenderem como os açorianos se organizaram na sua Protecção Civil e Bombeiros e então deixaríamos de ter o triste espectáculo de ambos os lados se acusarem mutuamente, quando ambos os lados tiveram falhas nos incêndios florestais de 2003.

Só reconhecendo os nossos erros os podemos evitar no futuro.

// posted by Carlos @ 4:15 PM


2003-08-07
Os burocratas

Ouvi os responsáveis nacionais, quer do governo quer das aposições apresentarem a necessidade de apoio rápido às vitimas dos incêndios, com os procedimentos administrativos facilitados de modo a rapidamente se proceder ao apoio aquelas.

Esta atitude está de acordo com a legislação especial para o sismo de 1998 no Faial e Pico e representa uma atitude acertada onde a preocupação são as pessoas, razão única de qualquer Governo, das oposições, da administração publica e restantes serviços do Estado.

Mas depois de algum tempo de trabalho para dar resposta ao sofrimento das pessoas sinistradas, eis que surgem os burocratas, figuras inspectoras que nas suas funções de cátedra desprezam os motivos humanos de caracter urgente que levaram aquela situação, para apenas olharem os papeis e os procedimentos administrativos normais da função publica, os tempos necessários da Lei, a desconfiança de tudo e de todos, onde os sinistrados são figuras inexistentes.

A boa vontade dos políticos esbarra com a inércia dos burocratas e tudo pára por alguns anos, depois cai tudo no Ministério Publico para outras averiguações e novamente se pára por mais alguns anos.

Enquanto esta dança faz que baila, os sinistrados em desespero protestam, os partidos da oposição gritam que tudo vai mal e que o Governo não faz nada ou fez tudo mal, os Governos defendem-se apresentando o trabalho feito e é este o fado dos sinistrados em Portugal.

// posted by Carlos @ 12:37 AM


2003-08-05
As Ilhas do Triângulo

Por razões naturais as ilhas de São Jorge, Pico e Faial apresentam uma grande proximidade, o que conduz há existência de ligações marítimas frequentes entre elas.

Com uma população de 40.000 habitantes no seu conjunto e uma diversidade paisagística entre as três, faz uma complementaridade na oferta turística de extraordinária qualidade.

Quanto ao seu desenvolvimento económico ele só será possível transformando num mercado único as três ilhas.

Caberá às autarquias do triângulo no seu conjunto através da Associação de Municípios do Triângulo, já existente, ou o Governo Regional dos Açores mandar elaborar, a um gabinete da especialidade, um plano de desenvolvimento global para o triângulo, de acordo com os PDMs dos seis municípios existentes, onde ficariam definidas as localizações das diferentes infra-estruturas, como também a melhor localização para as construções turísticas, industriais e outras, de acordo com as especificidades de cada ilha, para depois em conjunto planificar-se a sua implementação nas diferentes ilhas, racionalizando-se os fundos necessários.

O problema existente e que historicamente impossibilita a criação deste polo de desenvolvimento regional é a estúpida pretensão de todos quererem as mesmas coisas, e a alguns, fora do triângulo, não interessar a sua implementação pois conduziria ao segundo polo de desenvolvimento da Região Autónoma.

Como crianças rabinas todos querem tudo e no final todos ficam a ver o desenvolvimento passar ao lado.

// posted by Carlos @ 9:38 PM


2003-08-04
A Semana do Mar

Todos os anos na primeira semana de Agosto realiza-se a - Semana do Mar - na Cidade da Horta, Ilha do Faial.

Trata-se do maior festival náutico dos Açores e de Portugal e um momento único de convivência entre os marinheiros e desportistas náuticos, a população residente e os milhares de visitantes que nesta época estão entre nós.

A Semana do Mar nascida em 1975, mantém o espirito de uma festa dedicada ao mar e aos veleiros, com animação nocturna apenas com o pretexto de preencher as noites quentes e calmas da Horta.

Visitar o Faial, o Pico e São Jorge e viver a Semana do Mar na Horta, é um momento especial que marca a memória para sempre dos que por cá passam.

// posted by Carlos @ 6:00 PM


2003-08-03
Farol dos Capelinhos

No dia 01 de Agosto fez 100 anos da inauguração do Farol dos Capelinhos, na Freguesia do Capelo, Ilha do Faial.

Esta efeméride tinha passado despercebida, se não fosse o facto do Vulcão dos Capelinhos em 1957 se ter manifestado a poucos metros daquele e ser hoje um ponto de visita obrigatório para os turistas que demandam a Ilha do Faial.

Na secção solene comemorativa foi apresentado o projecto para a requalificação daquela ruína histórica da responsabilidade da Secretaria Regional do Ambiente, como ponto de lembrança do viver da população açoriana com sismos e vulcões.

Espero que este projecto seja executado, como marco da tenacidade de uma população perante a adversidade dos elementos.

// posted by Carlos @ 1:35 PM


2003-07-31
Rabo de Peixe

Freguesia do Concelho da Ribeira Grande, Ilha de São Miguel, passou nos últimos dias a ser tema para as disputas entre o Governo da Republica e o Governo Regional, por motivos da apresentação do programa integrado para Rabo de Peixe, apresentado por aquele naquela Freguesia.

O actual Governo Regional tem desenvolvido um programa de irradicação da pobreza naquela Freguesia há vários anos, como os anteriores já o tinham feito. Os executivos Camarários da Ribeira Grande, dentro das suas competências, tem também dado especial atenção ao problema, que se pode resumir numa população piscatória destruturada sofrendo de um grau elevado de alcoolismo crónico e de baixíssimo nível cultural.

Com estes tópicos qualquer comunidade torna-se problemática, necessitando duma grande compreensão, dum projecto multi-disciplinar e da sua participação plena para lentamente se reencontrar.

Para os habitantes de Rabo de Peixe é mais um plano a juntar a muitos outros, para os açorianos no seu geral e para os defensores da autonomia é uma intromissão inaceitável do Governo da Republica na Região Autónoma, por se ter passado por cima dos órgãos eleitos previstos na Autonomia Politico-administrativa vertida na Constituição da Republica e no Estatuto, pedindo-se, apenas depois de apresentado, a adesão do Governo Regional.

Com este e outros actos políticos já praticados, estamos a assistir, talvez inconscientes ainda, à maior ofensiva contra a autonomia Politico-administrativa dos Açores desde o 25 de Abril.

// posted by Carlos @ 4:33 PM


2003-07-30
Fogos

Por esta época os fogos são uma constante, o trabalho dos bombeiros é heróico e como nos anos anteriores são apontados muitos de origem criminosa.

Somos um pais com uma mancha florestal importante e ao ver arder hectares de mata é com tristeza que nos sentimos solidários com aqueles que ficaram sem nada.

Mas o que fazer?

A Floresta tem de ser ordenada, planificada e limpa e uma grande parte da nossa não o é, por motivos de dificuldades de mão de obra, da proliferação de proprietários muitos deles já idosos e da ganância de alguns.

Leis de protecção à floresta, de planificação florestal obrigatória e de manutenção e limpeza dos terrenos florestados tem de ser feitas, se as existentes não forem suficientes, o Estado deverá participar activamente numa reflorestação planificada e ser proprietário florestal não poderá equivaler a não proceder ao amanho da floresta segundo o planificado, sem qualquer penalizarão.

Nestes dias todos nos estamos mais pobres.

// posted by Carlos @ 10:55 PM


2003-07-29
Festas de Verão

Em todos os concelhos da Região Autónoma realizam-se as Festas de Verão, na maior parte deles com a duração de 4 dias mas em alguns com a duração de 8 dias e 10 dias. O pretexto é sempre o mesmo a divulgação do concelho as suas virtualidades para o turismo e uma forma de convívio entre os seus habitantes.

Não discuto a sua realização, que até é um pretexto saudável para uma população isolada como a açoriana conviver, mas é uma obrigação numa Região pobre como a nossa, o controle nos gastos efectuados quer com artistas continentais ou estrangeiros, alguns sem qualquer qualidade, quer em despesas sem qualquer finalidade artístico/cultural ou recreativa.

Quem nos visita e vai às nossas Festas de Verão não é só para ver os artistas de fora da região mas também para conhecer o nosso povo e a nossa cultura.

Numa época de dificuldades económicas realizar também Festas de Verão nas nossas Freguesias com o mesmo figurino das do Concelho, desviando as poucas verbas de investimentos das Freguesias para as mesmas e alterando o caracter das tradicionais Festas da Padroeira é um mau serviço prestado às Freguesias e às suas tradições.

Sem a nossa identidade deixamos de ser açorianos.

// posted by Carlos @ 5:40 PM


2003-07-28
Os Açores e o turismo

O Secretário Regional da Economia dos Açores divulgou um esforço de promoção de novos mercados para o turismo açoriano. Esta intenção é positiva numa época em que se aposta na renovação da economia pelo turismo. Mas para tal é necessário uma profunda renovação das mentalidades, governamentais, autárquicas, privadas e da população em geral..

Tudo o que fizermos deve ter como objectivo o turismo agora e no futuro, quer na urbanização das nossas aldeias e cidades, na defesa do ambiente único das nossas Ilhas, no arranjo dos nossos caminhos, no comércio com uma melhor apresentação, nos serviços, nos transportes, na restauração, nas nossas festas municipais, na melhoria da qualidade de vida da população, numa palavra todos temos de desenvolver acções concretas e consertadas, dado que o dinheiro é pouco e por isso tem de ser utilizado com critério, tendo como objectivo o turismo e para este a qualidade é fundamental.

A Madeira leva dezenas de anos com uma política concertada ao turismo e à qualidade e os resultados estão à vista.

A planificação regional do turismo açoriano é uma necessidade e deverá ser de conhecimento de todos os residentes, para o seu cumprimento futuro ser uma obrigação colectiva.

// posted by Carlos @ 10:04 PM


2003-07-27
A visita de ministros

A Região Autónoma está a receber a visita de Ministros do Governo da Republica pelos mais variados pretextos, à margem das instituições autonômicas.

Nunca na história recente as visitas ministeriais tiveram por objectivo a execução directa de políticas, não negociadas anteriormente com o Governo Regional. O que espanta é esta prática ser feita pelo partido que se considerou o dono e defensor acérrimo da autonomia, veja-se o período em que Mota Amaral governou os Açores ou o reinado de João Jardim na Madeira.

Mas há mais, o chefe da oposição vai a Lisboa resolver problemas da Região directamente com os ministros, e à sua chegada faz conferencias com os órgãos de comunicação social anunciando as suas vitórias, como se os órgãos eleitos não existissem.

Estar disponível para ajudar é uma coisa, pretender ser já governo é outra, tudo a seu tempo, mesmo em período de pré-campanha eleitoral e isto para defesa das Instituições Democráticas Regionais.

Para os autonomistas açorianos este é um tempo de preocupação, dado que Lisboa, com governo de direita, nunca mas nunca manifestou qualquer sentimento descentralizado ou autonômico.

// posted by Carlos @ 6:11 PM


2003-07-26
De volta ao atlântico

Fico surpreendido com esta súbita descoberta dos nossos intelectuais de direita, o Atlântico nunca foi o polo de desenvolvimento económico, mas a fronteira em toda a nossa história.

Neste momento de globalização económica e política, com uma economia débil e uma população envelhecida, o caminho do Atlântico conduzirá à subserviência a uma qualquer potência marítima existente, ao empobrecimento de novo do nosso país, como historicamente sempre conduziu quando para o atlântico nos voltamos, e ao desvio de meios económicos fundamentais para o desenvolvimento socio-economico da sociedade portuguesa no contexto europeu, que é o nosso.

O que justifica Portugal é a promoção dos seus jovens, o orgulho na sua cultura, a defesa da sua língua.

A posição geográfica e o medo da Espanha, que é no fundo o que está subjacente à tentativa actual da viragem para o Atlântico, este não desaparecerá nunca, como se agravará, porque quer queiramos quer não, a Espanha continuará a exercer o seu forte domínio económico sobre Portugal.

Uma viragem para o Atlântico tendo como base a investigação o conhecimento e o saber das ciências do mar, são o principio único que poderá justificar Portugal e o Atlântico com a nossa história.

// posted by Carlos @ 11:10 PM


Iraque

Depois da guerra, e contrariamente a muitas vozes que pensavam que tudo não passaria de um passeio e que os iraquianos iriam receber os invasores com flores e cantigas de agradecimento, vemos todos os dias a resistência de um povo, ora pacifica ora com armas.

Hoje assistimos a mais um episódio triste, o da exposição aos iraquianos dos cadáveres dos filhos de Saddan.

Todos sabemos que eles foram tiranos mas um ocupante exibir os cadáveres dos antigos dirigentes como trofeus de guerra ao ocupado, ainda por cima maquilhados, contrariando o principio islâmico da não alteração dos cadáveres é infelizmente mais uma prova de que as duas civilizações não se entenderão nunca.

// posted by Carlos @ 1:11 AM


2003-07-24
O politicamente correcto

É frequente alguns dirigentes partidários regionais, sempre os mesmos, convocarem a imprensa para exporem preceitos moralistas e de honestidade acima de qualquer suspeita, como seres portadores de genes diferentes dos restantes humanos e como tal possuidores das verdades absolutas, e do sempre politicamente correcto.

Como é fácil apontar aos outros defeitos, erros processuais, procedimentos incorrectos e todo um rol de pontos negativos, tendo-se desenvolvido um profundo e muito complexo trabalho de reconstrução, reconhecido por técnicos altamente qualificados e independentes nacionais e internacionais, quando nada se fez em prol daquela para alem do muito palrar.

Quando nos aproximamos das eleições, sejam elas quais forem, a listagem aumenta para os crimes de corrupção, solicitando-se ao ministério publico a sua averiguação. Passam então os serviços da justiça a colaboradores pelas investigações feitas, levando-se de imediato o averiguado a réu, através de fugas ao segredo de justiça, hoje muito em moda pela completa impunidade, tentando-se assim eliminar o adversário.

Ninguém deve estar acima da lei, mas é um acto de desonestidade política e de baixo caracter humano o aproveitamento pessoal das falhas existentes nas leis em proveito próprio, sem medir quaisquer consequências futuras para o colectivo dos cidadãos e para o bom nome do acusado.

// posted by Carlos @ 5:20 PM


2003-07-23
Escutas novamente

De novo surge o escândalo das escutas telefónicas a Ferro Rodrigues, agora com números indicando quantas foram feitas.

Todo este caso traduz o estado em que se encontra a sociedade portuguesa, pois o mundo da justiça não é mais do que uma parte do seu todo.

Se a um membro do Concelho de Estado se procede deste modo, sem ele ser indiciado de qualquer crime, mas sim e apenas por ser amigo de um arguido e responsável de uma instituição publica, o que nos poderá estar a acontecer a todos nos?

É o meio judiciário e o ministério publico quem tem transmitido um comportamento de completa incapacidade perante a fuga constante do segredo de justiça e feito escutas sem qualquer base investigatória e tudo isto unicamente pela falta de bom censo na aplicação das próprias leis que regem a sociedade portuguesa.

Descer mais baixo não vai ser fácil, mas a ver vamos.

// posted by Carlos @ 8:26 PM


2003-07-22
Benvindo ao meu weblog

No weblog Fayal em www.faial.blogspot.com poderá encontrar sempre as minhas opiniões sobre os mais diferentes aspectos da vida fayalense, açoriana, nacional e mundial.
// posted by Carlos @ 6:13 PM




publicado por Soares Carepa às 16:15
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