Pensamentos de um ilhéu escritos de 2003 a 2010.
Terça-feira, 5 de Outubro de 2004
A Republica
De novo lembramos a implantação da Republica, regime político que apesar dos seus defeitos é aquele que traduz a modernidade implantada com a revolução francesa.
Sou republicano por convicção, e neste ano desejo lembrar Manuel de Arriaga, o nosso 1º Presidente, natural da Horta onde o avô veio para esta ilha nomeado cônsul da França.
A Associação dos antigos alunos do Liceu da Horta hoje denominado Manuel de Arriaga e as autoridades locais movimentaram-se junto da Republica para a transladação dos restos mortais para o Panteão Nacional, tendo o mesmo sido efectuado há dias, esta pequena cidade lembra-o numa praça com a sua estátua, apenas existindo o negativo de a casa onde nasceu estar em ruínas, aguardando-se a sua aquisição pelo Governo Regional para a transformação em casa museu.
De Anónimo a 5 de Agosto de 2007 às 10:46
O primeiro Chefe de Estado republicano, e consequentemente, o primeiro Presidente da República Portuguesa foi Teófilo Braga.
Saiba o senhor que Manuel de Arriaga não foi um ilustre Presidente, pois não só nomeou diversos governos sem estabilidade, como forçou a demissão do primeiro governo de Afonso Costa e do Partido Democrático com maioria na Câmara dos Deputados e no Congresso, sem justificação constituciional. E logo de seguida, outra insconstitucionalidade faz, querendo compor um governo extra-partidário, como se a C1911 lhe desse poder para convidar quem quisesse e mandar embora quado lhe apertecesse, para o cargo de Presidente do Conselho de Ministros.
Isto, claro, independentemente das grandes capacidades de Bernardino Machado que foi um bom chefe de governo, apesar de não ter sido a primeira escolha de Manuel de Arriaga, de não ter maiorias parlamentares e de ter sido demasiado brando na represão do golpe monárquico de 20 de Outubro de 1914. Manuel de Arriaga forçou a queda dos democráticos porque foi eleito pela amizade e o finca-pé de António José de Almeida, líder do Partido Republicano Evolucionista e director do jornal REPÚBLICA, que conseguiu ser condenado, durante a monarquia, a uma pena de 3 meses pela intervenção jurídica de Manuel de Arriaga, a quem passou a ser devoto apoiante e a quem jurou levar à Presidência da República.
Manuel de Arriaga era, além de tudo isto, um homem doente, que ainda por cima, sempre fez questão de afirmar esse seu estado de decrepitude. Pelo que não houve carta ou discurso deste nosso presidente que não tivesse uma nota reafirmando a sua debilidade física, como se fizesse disso bandeira de campanha.
Toófilo Braga sentindo-se ofendido pelas declarações feitas por Manuel de Arriaga ao jonral O SÉCULO cortou com este todo o tio de relações.
Bernardino Machado, principal opositor de Manuel de Arriaga à presidência em Agosto d 1911, foi multiplas vezes alvo de campanhas pouco dignas e bastante obscuras por parte daquele que se viria a eleger o mais alto magistrado da nação.
Tudo quanto disse, basta pois, aos olhos que se queiram inteirar dos verdadiros acontecimentos históricos, para concluir que Manuel de Arriaga não foi, com efeito, um bom Presidente da República, e nem sequer, o primeiro.
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